terça-feira, 5 de maio de 2015

Conversas e celulares são principais causas de desatenção dos pais no parquinho

fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2015-05-04/conversas-e-celulares-sao-principais-causas-de-desatencao-dos-pais-no-parquinho.html

Estudo mostra que crianças são mais suscetíveis a se arriscar quando responsáveis estão desatentos; 33% das distrações são causadas por conversas e 30% por aparelhos eletrônicos

Pesquisadores gravaram 371 episódios de dois minutos; cuidadores estavam distraídos durante 74% dessas ocasiões
Thinkstock/Getty Images
Pesquisadores gravaram 371 episódios de dois minutos; cuidadores estavam distraídos durante 74% dessas ocasiões
Pesquisa recente da Academia Americana de Pediatria mostrou que as crianças tendem a ter comportamentos mais arriscados em parquinhos quando seus responsáveis estão distraídos com atividades que incluem o uso do celular.
Estudos anteriores mostraram que pais distraídos supervisionam menos os filhos, mas esta foi a primeira pesquisa que avaliou o impacto dos aparelhos eletrônicos na supervisão de crianças brincando em parques.
Para examinar os tipos de distrações, incluindo dispositivos eletrônicos, que podem interferir na supervisão, dois pesquisadores observaram 50 pares de crianças – aparentando entre 18 meses e cinco anos – e seus responsáveis em sete parquinhos de Nova York, nos Estados Unidos.  
Um pesquisador observou o responsável por 10 a 20 minutos e gravou quatro comportamentos a cada dois minutos: supervisão visual, supervisão auditiva, engajamento com a criança e distração. O outro pesquisador observou com qual frequência a criança se arriscava. Os comportamentos de risco incluíam subir pelo escorregador, jogar areia, escorregar de cabeça para baixo, empurrar outras crianças e pular de balanço em movimentos.
Atividades arriscadas
Os pesquisadores gravaram 371 episódios de dois minutos e verificaram que os cuidadores estavam distraídos durante 74% destes episódios. A maioria das distrações, no entanto, foi considerada moderada.
Levar trabalho para casa todos os dias: as horas em que todos estão juntos são para brincar e conversar. Dedique-se às burocracias apenas no horário comercial . Foto: Getty Images
Brigar com o cônjuge na frente dos filhos: presenciar discussões entristece especialmente os menores. Em suas fantasias, eles são os culpados pelas brigas. Foto: Getty Images
Aparelhos eletrônicos nas refeições em família: usados à mesa, alienam os usuários, que ficam hipnotizados pela internet na tela e não conversam. Foto: Getty Images
Usar o trajeto de casa até a escola só para dar broncas: o tempo que poderia ser usado para criar conexões acaba se tornando um momento temido e traumático. Foto: Getty Images
Terceirizar a educação dos filhos: avós, babás e escola podem auxiliar, mas não devem ser os responsáveis pela criação dos pequenos. Esse papel cabe aos pais. Foto: Getty Images
Tentar comprar o amor dos filhos com presentes: dar um brinquedo não compensa a falta de carinho no dia a dia. A criança se sente ‘à venda’ e fica infeliz. Foto: Getty Images
Mexer no celular do adolescente: no aparelho estão conversas e fotos que, se ele quisesse tornar públicas, colocaria nas redes sociais. É o fim da confiança. Foto: Getty Images
Bisbilhotar armários e gavetas do adolescente: procurar provas de deslizes demonstra falta de diálogo e, se o filho descobrir, nunca mais confiará nos pais. Foto: Getty Images
Não participar das brincadeiras infantis por achar que vai atrapalhar: a criança fica frustrada, pois espera que os pais ajudem e se divirtam com elas. Foto: Getty Images
Não dar espaço para os adolescentes: a partir dos 14 anos, é normal querer ficar só ou com os amigos. Entrar nesse espaço sem que eles solicitem os irrita. Foto: Getty Images
Distrair a criança com eletrônicos no restaurante: os pais que fazem isso alegam querer mais tranquilidade, mas filhos acabam se sentindo alheios à família. Foto: Getty Images
Não prestar atenção quando a criança conta algo: ela perceberá e perderá, aos poucos, a vontade de conversar, criando uma barreira de diálogo entre vocês . Foto: Getty Images
Reprovar todos os namoros dos adolescentes: se está namorando, é porque viu qualidades. A reprovação apenas fará o filho ou a filha namorar escondido. Foto: Getty Images
Excesso de cobrança por notas sem acompanhar a lição de casa: pais que cobram ‘porque estão pagando’ deixam a criança insegura e se sentindo uma mercadoria. Foto: Getty Images
Tratar os filhos eternamente como bebês: pode até ser por carinho, mas eles entendem que eram mais queridos quando pequenos, que maiores são ‘sem graça’. Foto: Getty Images
Levar trabalho para casa todos os dias: as horas em que todos estão juntos são para brincar e conversar. Dedique-se às burocracias apenas no horário comercial . Foto: Getty Images
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A observações mostrou que falar com outros adultos representou 33% de todas as distrações, enquanto aparelhos eletrônicos, como o celular, foram responsáveis por 30% das distrações. Os 37% de distrações restantes incluíram comer, beber, olhar a bolsa, ler e outras atividades.
Quanto às crianças, 30% delas se envolveram em atividades arriscadas. Quando o adulto responsável estava distraído, elas eram muito mais suscetíveis a se arriscar. Pesquisadores observaram cinco quedas, das quais três ocorreram enquanto o adulto estava distraído. Nenhuma das crianças se feriu gravemente.
“Esse estudo demonstra que crianças regularmente se envolvem em comportamentos arriscados, independentemente do nível de distração de seus cuidadores. No entanto, elas são mais suscetíveis a fazer isso quando os adultos estão distraídos”, disse em comunicado uma das autoras do estudo, Anna Krevskaya.
“Além de focar na criança, os responsáveis deveriam discutir o uso correto dos equipamentos do parquinho para ajudar a diminuir acidentes” disse outra pesquisadora, Ruth Milanaik.
“Algumas vezes, crianças vão se machucar, apesar de uma supervisão próxima, e isso é parte do processo de crescer e aprender”, disse Ruth, “No entanto, todos os esforços devem ser feitos pelos cuidadores para manter estes incidentes ao mínimo”.

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